1.400 novas terminações de endereços estreiam na internet em 2013. Saiba por que elas já movem fortunas e causam dor a muita gente
Mike Mann pagou cerca de US$ 70 pelo endereço menus.com na internet — e não fez nada de útil com ele. Um belo dia, em 1998, batem em sua porta e oferecem US$ 25 mil para ficar com o direito de usar o endereço, vendido. Nascia um dos maiores especuladores de domínios na web.
O norte-americano comprou e vendeu milhares de endereços, virou multimilionário, e inspirou centenas a tentar o mesmo. Desde então, uma legião de especuladores procura endereços ainda não registrados na internet para tentar lucrar com a venda. O mercado de nomes resultado disso movimenta hoje US$ 85 milhões por ano. Só que essa corrida do ouro fez ficar quase impossível encontrar um endereço com nome fácil sem dono na web.
Por isso o ICANN, órgão que faz a gestão da internet, decidiu expandir em 2013 o número de sufixos (aquelas terminações do tipo .com, .gov ou .org) para aumentar o número de opções à disposição. A partir do ano que vem, iremos encontrar endereços como www.nomedaloja.pizza ou www.botecodoze.bar, entre várias outras. O órgão recebeu 1.930 propostas de sufixos desde janeiro de 2012 — um belo salto ante os 22 domínios que existem atualmente.
A novidade deve facilitar a procura de informações na internet. Na busca por produtos para bebês, você iria direto a fraldas.baby; se for vinhos, em marca.wine. Outro exemplo de uso da ferramenta é da Natura, que deve oferecer a suas consultoras sites .natura gratuitamente. Há também 224 terminações sendo disputadas por mais de uma empresa que deverão ir a leilão. Amazon e Google, por exemplo, brigam pelos sufixos .book e .shop.
A vantagem de possuir o domínio está na exclusividade de uso comercial. Se a Amazon ficar com o .book, por exemplo, poderá lucrar cobrando de um escritor para liberar um site como o nomedolivrodele.book. Se você tiver uma banda e quiser registrar o domínio nomedaminhabanda.music, vai ter que pagar o preço que o dono do domínio .music quiser cobrar.
À primeira vista parece algo pouco promissor, mas não é assim que as empresas estão encarando a novidade. Mesmo com uma taxa de US$ 185 mil por pedido de terminação, o Google fez a requisição de 101 delas (US$ 18,7 milhões) e o ICCAN arrecadou, só com as taxas, US$ 352 milhões.
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