domingo, 16 de setembro de 2012

O Globo: Uma solução para o e-lixo

A era da informática, onde quase 100% das residências e empresas possui algum tipo de eletrônico, está criando um novo tipo de lixo, o chamado e-lixo. E um problema também novo: o que fazer com ele? Não dá para simplesmente jogá-lo fora, como lixo comum, pois isso pode causar danos ao meio ambiente. Além do mais, esses metais podem ser reaproveitados. 
Pouca gente sabe, mas dentro de um computador existe ouro, prata, ferro, cobre e platina. Segundo entidades ligadas à ONU, 320 toneladas de ouro e sete mil de prata são usadas anualmente para a produção de computadores, tablets e celulares, a um custo de US$ 21 bilhões a cada ano. Embora pouco mais de 15% desse material possa ser reaproveitado, ainda assim é possível conseguir uma boa renda porque existe um mercado internacional ávido por ele.
Segundo a UFRJ, uma tonelada de e-lixo gera 350 quilos de ferro, 170 de cobre, 150 de fibras e plásticos, 70 de alumínio, 50 de papel, 40 de zinco, 40 de resíduos não recicláveis, 25 de chumbo, 300 gramas a 1 quilo de prata, 300 gramas de ouro e 30 a 70 gramas de platina.
Uma parceria entre a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), da Universidade Federal do Rio de Janeiro com a Cooperativa Popular Amigos do Meio Ambiente e a Cooperativa Céu Azul está reciclando o e-lixo.
Num galpão em Maria da Graça, nove recicladores trabalham com o e-lixo. Em cima das mesas, os computadores são desmontados pelos garimpeiros digitais. A carcaça de ferro, os revestimentos de plástico, a tela do monitor, placas e fios, tudo é aproveitado. O material é separado e vendido para empresas que vão reciclar esses componentes e exportadas para a China ou para a Bélgica. Nesses países, um processo de separação de metais consegue transformar o lixo em matéria-prima para novos aparelhos eletroeletrônicos
Em uma entrevista ao jornal Extra, uma das recicladoras, Sandra Mello, de 59 anos, contou que nem imaginava que a sucata digital poderia significar trabalho e renda. Com uma luva na não esquerda e na direita uma alicate, ela desempenha com habilidade a desmontagem de computadores.

— É uma questão de jeito.

Antes de trabalhar com lixo eletrônico, Sandra separou material para reciclagem por três anos. Nessa época, segunda ela, o trabalho era mais duro e o dinheiro, mais curto. Hoje, ganha cerca de R$ 800 por mês. Se os planos de crescimento derem certo, a renda dos recicladores poderá dobrar até o fim do ano. Tudo isso, graças ao e-lixo.

— Jamais poderia imaginar que um computador tem até ouro — diz ela.

Fonte: 
http://oglobo.globo.com/blogs/espempreendedor/

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